13 de set. de 2010

NA PRAIA

De baixo de
um céu nublado
da cor cinza solidão
mar escuro, denso
salgado
dilacerante vento
gelados
pingos que se soltam
das nuvens carregadas
a chuva lava
o vento seca
a sujeira continua
branca só a espuma
entre o mar e areia
dividindo dois mundos
o terceiro está além
além da água, da areia
das folhas
transfigurado em pensamentos
que se vão e se vêm
Ela se aproxima devagar
a saia balançando
os pés descalços
deixam na areia
mais do que pegadas

marcas

senta-se e diz oi
ele se vira e a encara
ela tem um rosto
lindo e triste
sentados lado a lado
cúmplices do mesmo sentimento
poderia ser, não?
não, melhor não
ele se levanta
sacode a areia
e vai embora

Um comentário: